MULHERES NO AUTOMOBILISMO: MIKAELA ÅHLIN-KOTTULINSKY

No final de semana dos dias 16 e 17 de setembro, acompanhamos as etapas 7 e 8 da Extreme E, em Sardenha, Itália. Em um final de semana que inicialmente prometia ser nos Estados Unidos ou no Brasil, o Race Mode participou de uma rodada de entrevistas com a equipe Rosberg X Racing, fundada pelo campeão de Formula 1 do ano de 2016, Nico Rosberg. Nessa oportunidade, levantamos questões sobre igualdade de gênero e sustentabilidade no esporte, respondidas por Mikaela Åhlin-Kottulinsky, pilota da equipe desde 2022.


Fazer parte dessa jornada é realmente incrível. E é muito importante para mim porque não é apenas espalhar a imagem [da igualdade de gênero e sustentabilidade] no mundo do automobilismo, na minha opinião, é também espalhar a imagem de forma mais ampla, e isso é muito bom.


Mikaela vem de uma família de pilotos, com seu pai e sua mãe (Jerry Åhlin e Susanne Kottulinsky) tendo participado do Campeonato Europeu de Rali. Em 2011, participou do FIA Women in Motorsport e terminou em segundo, conquistando então a chance de correr na Volkswagen Scirocco R-Cup em 2012. Foi em 2019 que Mikaela teve o seu caminho traçado em direção a Extreme E, na época ainda não estreada. Åhlin-Kottulinsky foi a pilota oficial de testes para os novos pneus desenvolvidos para a Extreme E, série de corridas off-road com SUV’s elétricas. Em 2021 a pilota sueca estreou oficialmente na categoria, onde continua até o presente ano, tendo como melhor resultado um segundo lugar no Campeonato de Equipes em 2022, com sua equipe atual, Rosberg X Racing (RXR).

Em entrevista para o Race Mode, Mikaela enfatizou a vontade de fazer parte da categoria desde o início, concatenando as visões da Extreme E com hábitos que ela já tinha em casa. “Para mim, desde o início, quando ouvi sobre Extreme E e seus objetivos sobre a categoria e o que eles queriam fazer, eu realmente senti que queria fazer parte, porque desde muito jovem comecei a dirigir scooters elétricas, comecei a reciclar em casa, o que naquela época, quando eu tinha 15 anos, ou seja, 15 anos atrás, não era muito comum na Escandinávia.”

“A Extreme E tem mostrado que é um esporte que realmente trabalha em prol da sustentabilidade e das novas tecnologias, adicionando a competição no meio disso. No final das contas, a indústria automotiva sempre se desenvolveu, levou carros novos e testou novas tecnologias nas pistas do automobilismo, com diferentes fabricantes desenvolvendo seus próprios produtos e competindo com outros para ver onde estão.”

“E é exatamente isso que estamos fazendo na Extreme E. Não me interpretem mal, eu adoro correr. Adoro me esforçar para ser a melhor versão que posso ser como pilota, mas também adoro toda a reflexão sobre a Extreme E e o destaque das questões climáticas, o que podemos fazer a respeito, como podemos criar novas tecnologias sustentáveis.”

O assunto igualdade de gênero inevitavelmente surgiu em seguida. Para os não familiarizados à categoria, todas as equipes da Extreme E possuem uma dupla de pilotos para o final de semana, que obrigatoriamente deve ser composta por um homem e uma mulher. Sobre esse ponto, Åhlin-Kottulinsky comentou: “Essa parte sempre foi um assunto importante para mim, assim como no que diz respeito à igualdade de gênero. Eu cresci tendo uma mãe pilota de rali, então para mim nunca foi uma questão de poder praticar automobilismo ou não, porque eu tinha um modelo muito natural dentro da família, mas sei que nem todo mundo é sortudo de ter uma mãe que foi pilota de rali.”


Eu acho que o que a Extreme E está fazendo está afetando não apenas o mundo do automobilismo, mas também mostrando ao mundo em geral que as mulheres podem participar do nível mais alto do automobilismo e realmente ter um bom desempenho lá.


E no caso de Mikaela, realmente tivemos bons desempenhos na categoria: com quatro pódios em 2021, duas vitórias em 2022 e cinco pódios em 2023 até o momento, sendo duas vitórias, tornando a RXR o primeiro time a vencer ambas as corridas em uma etapa dupla. Antes disso, em 2018 se tornou a primeira mulher a vencer uma corrida da STCC (Scandinavia Touring Car Championship) e em 2022 a primeira mulher a receber a Motor Prince’s Medal (Motorprinsens Medalj), justamente por seu incrível desempenho nas categorias que compete. Esse prêmio é o maior reconhecimento que uma figura do automobilismo sueco pode receber.

As próximas etapas da Extreme E serão dias 2 e 3 de dezembro, no Chile, e concluirão a temporada de 2023, coroando o time campeão do ano. Atualmente, a equipe ACCIONA Sainz XE Team está em primeiro com 139 pontos, a Rosberg X Racing está em segundo com 136 e em terceiro temos a Veloce Racing com 118 pontos.

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