Neste final de semana tivemos as etapas 7 e 8 da Extreme E, em Sardenha, Itália. Em um final de semana que inicialmente prometia ser nos Estados Unidos ou no Brasil, o Race Mode participou de uma rodada midiática de entrevistas com Nico Rosberg. O campeão de Formula 1 do ano de 2016 é também o fundador da equipe Rosberg X Racing (RXR), campeã da Extreme E em 2021, ano de estreia da categoria.
Desde que se aposentou da Formula 1, em 2016, Rosberg dedicou sua carreira a tecnologias sustentáveis e a RXR o permite vincular esses esforços com a sua paixão pelas corridas. Durante a rodada de entrevistas, Rosberg falou sobre expandir o calendário da categoria em um futuro próximo e um possível interesse em entrar na nova categoria anunciada pela Extreme E e pela FIA: A Extreme H. O novo campeonato teria sua inauguração em 2025 e os carros seriam SUV’s off-road movidas a hidrogênio. Nico Rosberg deixou claro seu interesse pela iniciativa:
“Estou muito orgulhoso com isso. O automobilismo sempre precisa evoluir e trazer conscientização. Não há nenhuma categoria com hidrogênio e sabemos que este tópico será muito importante no futuro da nossa economia e potencialmente em muitas formas de mobilidade. É incrível que a Extreme E está na liderança e realmente se comprometendo com essa tecnologia. Também observamos a quantidade de patrocinadores e fabricantes que estão me escrevendo coisas interessantes como “Ei, hidrogênio! Sim, queremos nos envolver com isso”, enquanto sendo elétricos somos apenas um entre vários outros no momento. Então acho que é uma dinâmica muito nova e interessante. Até mesmo investidores que não necessariamente são do ramo de carros de rua estão começando a se interessar. Como os investidores de energia que realmente apostam no hidrogênio, estão interessados em fazer parte da Extreme H. Porque é parte da história, é maior do que apenas corridas de carros, acho que é muito emocionante e estou muito feliz com essa novidade.”
Perguntado sobre a possibilidade de conversas entre ele e fabricantes oficiais, Nico afirmou haver conversas e que isso, na verdade, é um objetivo de qualquer time.
“Sim, há conversas com fabricantes acontecendo e o objetivo principal é fazer parceria com uma fábrica, porque teríamos suporte técnico, suporte financeiro e alcance. É sempre uma meta formar uma parceria com uma manufatura.”
Questionado sobre as possíveis boas mudanças que a Extreme H poderia adotar, levando a Extreme E em consideração, Nico almejou um calendário mais regular e com mais corridas, tanto próximas de “casa” como as mais longínquas.
“É bom ter um equilíbrio entre locais mais extremos, como o Chile [local da próxima corrida no calendário da Extreme E], mas igualmente corrermos perto de casa, porque também temos causas lá que podemos destacar e apoiar. Então o que gostaria de ver no futuro, seria mais equilíbrio entre as corridas próximas de casa, mas também aquelas corridas muito distantes, que realmente vão para lugares onde as mudanças climáticas têm um impacto extremo no mundo. Esse equilíbrio será bom e, claro, uma maior quantidade de corridas será bom, assim como um calendário mais regular, de uma forma mais regular, para os fãs poderem acompanhar melhor a categoria.”
O assunto “Brasil” surgiu na conversa sobre as possíveis localizações desse calendário equilibrado para ambas as categorias, que Nico julga como importantes baseado no objetivo dessas corridas, que é correr para destacar questões globais e inspirar a próxima geração.
“Bem, em termos próximos de casa seriam a Alemanha e o Reino Unido, esses dois são importantes. Provavelmente adicionaria os Estados Unidos, também. Califórnia seria bom, o que já está em discussão. Para os locais distantes, acho que já os acertamos bem, temos a Groenlândia, temos o deserto, o que faz muito sentido. Provavelmente a Floresta Amazônica seria importante para destacar o desmatamento e os problemas com a biodiversidade lá, então provavelmente a Amazônia seria o foco mais importante para nós.”
Aprofundando mais esse assunto, mencionamos o Brasil, já que as etapas 7 e 8 quase aconteceram no país, e Rosberg comentou sobre a importância da possível etapa e o que provavelmente poderiam esperar do possível percurso.
“Espero que a Extreme E chegue aos locais que mais podemos ajudar. Conhecemos o problema do desmatamento no Brasil e mesmo que no novo presente tenha sido reduzido pela metade segundo o que tenho lido, o que é uma tendência positiva, sabemos que ainda há um problema. Temos que tentar pará-lo completamente e até fazer um reflorestamento, por isso acho importante corrermos lá, conscientizarmos, e tentarmos apoiar também. Se formos correr [no Brasil], faremos isso ou protegendo a Floresta Amazônica, ou trazendo iniciativas de reflorestamento, então acho que seria uma grande oportunidade. Sobre o circuito, seria ao longo da margem do rio na Amazônia, passando pela floresta e para os campos abertos, então será uma combinação entre a areia da margem do rio e a lama na floresta, nada muito incomum.”
No final das perguntas, um questionamento mais pessoal surgiu, sendo respondido por Rosberg com uma brincadeira, mencionando Lewis Hamilton como uma boa escolha para um time na Extreme E, por seu interesse com as causas que a categoria levanta. Hamilton atualmente também tem seu próprio time na categoria (o time X44 Vida Carbon Racing, 5º colocado no campeonato). Sobre escolher um piloto de Formula 1 atual para correr em sua equipe na Extreme E, Rosberg então respondeu:
“Eu diria Max Verstappen, porque ele é um talento extraordinário no momento, então certamente na Extreme E com poucas voltas, tenho certeza que ele seria incrivelmente rápido. Também acho que com o alcance e a popularidade que ele tem agora seria ótimo para a categoria, pelas boas causas pelas quais estamos correndo, mesmo que não tenha sido a prioridade dele até agora. Há outros pilotos que tem sido mais vocais sobre essas causas, como Lewis Hamilton, mas seria mais difícil garantir Hamilton, porque ele tem sua própria equipe e não tenho certeza se ele gostaria de pilotar para a Rosberg X Racing.”
Depois de algumas risadas, o alemão concluiu: “Entre os ex-pilotos, gostaria de Sebastian Vettel, porque ele adora ser a voz de todas essas causas e de apoiar o nosso planeta.”
As próximas etapas da Extreme E serão dias 2 e 3 de dezembro, no Chile, e concluirão a temporada de 2023, coroando o time campeão do ano. Atualmente, a equipe ACCIONA Sainz XE Team está em primeiro com 139 pontos, a Rosberg X Racing está em segundo com 136 e em terceiro temos a Veloce Racing com 118 pontos.