TOYOTA #8 E PORSCHE MANTHEY #92 BRILHAM NAS 6H DE SÃO PAULO

Interlagos foi palco de uma etapa dominante da Toyota no retorno do Brasil ao Mundial de Endurance (WEC). Nas 6 Horas de São Paulo, realizadas neste domingo (14), os carros japoneses lideraram a prova, com o #8, conduzido por Sébastien Buemi no stint final, cruzando a linha de chegada em primeiro lugar, apesar de o #7 ter largado na pole. Os carros da Porsche Penske completaram o pódio, com o #6 à frente do #5.

Uma falha em uma parada do carro #7 e uma punição por infração durante uma full course yellow permitiram ao #8, pilotado por Buemi, Brendon Hartley e Ryo Hirakawa, recuperar a liderança. Este triunfo marca a primeira vez que a mesma equipe vence duas vezes na categoria.

O evento teve toques e disputas intensas, com destaque para a colisão do Jota #12, que perdeu a asa traseira no terço final. Os dramas também afetaram a Isotta Fraschini e as Iron Dames na LMGT3. As Damas de Ferro, que começaram bem com uma pole de Sarah Bovy, foram forçadas a abandonar após uma falha na bomba de água, deixando o caminho livre para o Porsche #92 da Manthey.

Durante a última FCY, o Jota #38, com Jenson Button, foi penalizado, permitindo à Ferrari #51 de Alessandro Pier Guidi terminar em quarto. No entanto, Kamui Kobayashi, no Toyota #7, fez uma ultrapassagem decisiva no S do Senna, garantindo o quarto lugar. Pier Guidi ficou em quinto, seguido pela Ferrari #50 e o Jota #38. Peugeot #93, BMW #15 e Alpine #36 completaram o top-10.

Confira o resumo das 6 horas de Corrida:

Ao contrário do que se previa no início da semana, o retorno do WEC a São Paulo foi marcado por pista seca, em vez da chuva esperada para o circuito. No domingo, o céu estava azul e a temperatura agradável, com 20°C no ambiente, 28°C no asfalto e uma umidade relativa de 73%. No grid, os hypercars da Toyota ocuparam a primeira fila. Por outro lado, na LMGT3, a pole position ficou com a Lamborghini das Iron Dames, pilotada por Sarah Bovy no primeiro stint.

Com a largada em movimento, Mike Conway, no comando do Toyota #7, manteve a liderança. Brendon Hartley, no #8, tentou uma manobra pela linha externa na primeira curva do S do Senna. Contudo, errou a freada e passou reto, conseguindo, no entanto, evitar a perda de posições e permanecendo em segundo lugar, com o Porsche Penske #5 em terceiro. Pouco mais atrás, o #85 das Iron Dames resistiu bem à pressão do Manthey #92, mantendo a liderança. Apesar do receio de caos devido à curta extensão do circuito, apenas a Alpine #35 rodou na segunda volta, retornando rapidamente à pista.

Na liderança, os Toyota pretos começaram a ditar o ritmo nos hypercars. Enquanto isso, o Cadillac #2, pilotado por Earl Bamber, protagonizava uma batalha acirrada pelo quarto lugar contra o Jota #12, o Porsche Penske #6 e a Ferrari #51, ganhando duas posições na largada e aparecendo em sétimo. Na LMGT3, as Iron Dames começaram a abrir distância do #92, com os carros da United (#59 e #95), WRT (#31) e Aston Martin (#27) completando os dez primeiros. Nos primeiros minutos, no entanto, problemas para o líder do campeonato na classe, o Porsche #91 da Manthey, que acertou o Corvette #81, resultaram em uma rodada do carro amarelo, quase causando um acidente sério ao retornar à pista.

Embora a bandeira amarela tenha sido acionada apenas localmente nesse incidente, uma full course yellow logo surgiu após o toque entre a AF Corse #54 e o Lexus #87 da Akkodis na LMGT3. A interrupção foi breve e, quando a pista foi novamente liberada, as Iron Dames retomaram um ritmo forte, com Bovy aumentando ainda mais a distância, já aparecendo com quase 5s de vantagem. Nos hypercars, enquanto os Toyota seguiam praticamente ilesos na liderança, a briga pelo quarto lugar permanecia intensa entre Cadillac #2, Jota #12, Porsche Penske #6 e as Ferrari #51 e #50, com as distâncias entre os pilotos na casa dos décimos de segundo. Na LMGT3, o Porsche #91 envolveu-se em uma nova batida, desta vez atingindo a Ferrari #54 da AF Corse, danificando a frente do carro e necessitando de um pit stop, além de receber uma punição de drive-through enquanto estava no pit lane.

Logo no início, os carros #81 e #91 da classe LMGT3 já se estranhavam. Na volta 21, o Cadillac #2 teve problemas, perdendo posições para Jota #12, Penske #6 e Ferrari #51. A briga entre Laurens Vanthoor e Will Stevens resultou em um furo no pneu dianteiro direito do #6. Paralelamente, Robert Kubica (AF Corse #83) e Mick Schumacher (Alpine #36) travavam um duelo, com o veterano resistindo ao ataque do filho de Michael Schumacher.

A segunda hora das 6 Horas de São Paulo começou com a primeira rodada de pit stops, iniciada pelos carros da LMGT3. A Lamborghini #85 das Iron Dames foi aos boxes com cerca de 6s de vantagem sobre o Porsche #92 da Manthey. Na classe principal, Kubica e Schumacher mantinham um intenso duelo pela nona colocação, com o carro #83 da AF Corse levando vantagem. A janela de paradas se abriu com o Toyota #7, na liderança, efetuando a parada. Outros carros, como Porsche Penske #5, Jota #12 (punido com um stop-and-go de 30s), Cadillac #2, AF Corse #83, BMW #20, Lamborghini #63 e Isotta Fraschini #11, seguiram em sequência. As Ferrari de fábrica entraram no giro seguinte, quase colidindo com o Peugeot #94 após uma liberação perigosa.

Com as posições restabelecidas, o Toyota #7 retornou à liderança com quase 11s de vantagem sobre o #8. Já o #51, com Antonio Giovinazzi ao volante, disputava a terceira posição com o Porsche Penske #5, que estava a apenas 0s7 de distância. AF Corse #83, Jota #38, Alpine #36, BMW #20, Cadillac #2 e Ferrari #50 completavam o top-10 dos hypercars. Com 1h15min transcorridos, o Porsche Penske #5 colou na traseira da Ferrari #51, a apenas 0s2 de distância. Na luta pelo quinto lugar, a Ferrari #83 da AF Corse sofria pressão do Jota #38, enquanto a Alpine #36 seguia mais atrás, a 1s1 de distância. Na subida para a reta dos boxes, Phil Hanson buscou o vácuo, mas Kubica deu o lado de fora na freada do S do Senna, prevalecendo com o carro amarelo e vermelho à frente.

Na LMGT3, sob o comando ainda da pole-position Bovy, Alex Malykhin já estava a 1s1 do carro rosa. Quando os hypercars chegaram para abrir caminho, Malykhin tentou superar a Lamborghini #85, mas Sarah conseguiu se defender bem, ainda sustentando a liderança com 0s4 de vantagem. No comando dos hipercarros, a dupla da Toyota dominava, com o #7 à frente com 15s de folga para o #8, que tinha 11s de vantagem sobre o Porsche Penske #5. Entretanto, o líder da prova recebeu um drive-through por infração durante a full course yellow, com 4h25min restantes. A vantagem de 19s permitiu ao #8, com Hartley ainda no comando, assumir a liderança. O líder da prova, entretanto, apresentava um ritmo muito forte e logo recuperou a ponta.

Com cerca de 4h para o fim, o Proton #99 de Julien Andlauer acertou a AF Corse #83 de Kubica, que rodou no Laranjinha. O incidente chamou a atenção dos comissários, que passaram a investigá-lo. Hartley então encaminhou o Toyota #8 aos boxes, entregando o carro a Ryo Hirakawa. Após a parada, o hypercar japonês voltou à pista na 15ª colocação. A Alpine #35 assumiu a liderança temporária, mas com pouco combustível. Logo atrás, o Toyota #8 aguardava a parada do carro francês para retomar a ponta. Com Hirakawa em ritmo forte, o #8 reassumiu a liderança com 3h45min restantes.

A direção de prova penalizou o Proton #99 com um drive-through pelo acidente com a AF Corse #83. O líder da prova, o Toyota #7, entrou nos boxes com 3h51min restantes, trocando Mike Conway por Nyck de Vries. No entanto, reparos no carro prolongaram a parada. Quando finalmente saiu, o carro japonês voltou em 18º lugar. Na frente, a Alpine #35 assumiu a liderança, mas logo perdeu a posição para o Toyota #8, que voltou ao comando com Hirakawa.

A Lamborghini #60, responsável pelo acidente com a AF Corse #55, recebeu um stop-and-go de 30s. O Toyota #8 seguia na liderança dos hypercars, com Porsche Penske #6, Porsche Penske #5, Ferrari #51 e AF Corse #83 completando o top-5. O Aston Martin #777 também foi punido com um drive-through por desrespeitar bandeiras amarelas. Na LMGT3, uma intensa briga pelo quinto lugar envolveu os carros #87, #46, #81 e #59, com o BMW levando a melhor.

Na liderança, o Toyota #8 mantinha uma vantagem confortável de 29s sobre o Porsche Penske #5, pilotado por Michael Christensen. Na terceira posição, André Lotterer, com o Porsche Penske #6, seguiu uma estratégia diferente, parando nos boxes e cedendo o posto para a Ferrari #51, com James Calado. A Ferrari #50, com Miguel Molina, teve um susto ao tentar se livrar do tráfego, desviando pela grama para evitar o Lexus #87 de José María López. Com 2h45min restantes, Toyota #8, Porsche #6, Alpine #35, Porsche #5, Ferrari #51 e Lamborghini #63 ocupavam as seis primeiras posições. A briga pelo sétimo lugar envolvia Mikkel Jensen no Peugeot #93, com Rasmussen buscando o vácuo no Jota #38 e a Ferrari #50 observando de perto.

Na LMGT3, o #92 já tinha 18s de vantagem sobre o #85 das Iron Dames, agora com Rahel Frey no segundo stint. O Aston Martin #27 vinha na terceira colocação, seguido pela McLaren #95 da United e o #46 da WRT, pilotado por Nico Pino. Nos hipercarros, Rasmussen perseguia o Peugeot #93 de Jensen, tentando achar espaço para a ultrapassagem. Na ponta, Hirakawa mantinha um ritmo consistente, enquanto Christensen e Lotterer seguiam em um ritmo semelhante, tentando diminuir a diferença para o líder.

Com 1h45min restantes, a segunda rodada de pit stops começou a movimentar o pelotão. A Toyota optou por uma estratégia agressiva, trazendo o #8 para um pit stop rápido e colocando pneus novos para Hirakawa. O Porsche Penske #5 seguiu uma estratégia semelhante, tentando minimizar a diferença para o líder. A Ferrari #51 também fez sua parada, com Calado entregando o carro a Alessandro Pier Guidi. Com os pit stops concluídos, o Toyota #8 manteve a liderança, seguido pelo Porsche Penske #5 e pela Ferrari #51, que conseguiu ganhar a posição do Porsche Penske #6 durante a sequência de paradas.

Nos 90 minutos finais, a tensão aumentava nas disputas pelas posições intermediárias. A Alpine #36, com Matthieu Vaxiviere ao volante, lutava para manter a quarta posição, enquanto o Cadillac #2 e a Ferrari #50 pressionavam fortemente. Na LMGT3, a Lamborghini #85 das Iron Dames continuava a liderar confortavelmente, mas o segundo lugar ainda estava em disputa, com o Aston Martin #27 e a McLaren #95 da United Racing Team batalhando intensamente.

Com 60 minutos restantes, o Toyota #8 parecia encaminhar-se para uma vitória tranquila, com Hirakawa mantendo uma vantagem de 32s sobre o Porsche Penske #5, agora pilotado por Dane Cameron. Contudo, a corrida reservava mais emoções. Um incidente envolvendo o Jota #38 e o Peugeot #93 trouxe uma nova full course yellow, compactando o pelotão e permitindo que os carros se aproximassem novamente.

Quando a bandeira verde foi agitada, a batalha pelo segundo lugar ganhou intensidade. Cameron no Porsche Penske #5 e Pier Guidi na Ferrari #51 estavam separados por menos de 1s, proporcionando uma emocionante disputa nas voltas finais. Na LMGT3, Rahel Frey mantinha a liderança para as Iron Dames, enquanto a batalha pelo pódio envolvia o Aston Martin #27, a McLaren #95 e o Porsche #92.

Nos 30 minutos finais, Hirakawa conseguiu abrir uma vantagem segura, mantendo o ritmo constante. Cameron e Pier Guidi continuavam a brigar pelo segundo lugar, com o piloto da Ferrari buscando todas as oportunidades para ultrapassar. Entretanto, o Porsche Penske #5 conseguiu manter a posição até a bandeira quadriculada. Hirakawa cruzou a linha de chegada para garantir a vitória para o Toyota #8, seguido pelo Porsche Penske #5 e pela Ferrari #51. Na LMGT3, as Iron Dames celebraram uma vitória dominante, com Rahel Frey, Sarah Bovy e Michelle Gatting no topo do pódio, seguidas pelo Aston Martin #27 e pela McLaren #95.

Assim, o retorno do WEC a São Paulo foi marcado por grandes disputas, estratégias audaciosas e momentos de tensão, consolidando-se como uma das etapas mais emocionantes da temporada.

Resultado final da categoria Hypercars

Resultado final da categoria LMGT3

O Mundial de Endurance continua de 30 de agosto a 1º de setembro em Austin, com a Lone Star Le Mans, sexta etapa da temporada 2024. 

Por Lívia Galvão